FÉRIAS COM O MUSEU

PÁSCOA NO MUSEU 2023 PROGRAMA

Nesta Páscoa, o MHNC-UP convida as crianças entre os 6 a 12 anos a participar num programa de atividades especialmente preparado para estimular a curiosidade e criatividade. Ao longo de duas semanas, exploraremos a Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva e o Jardim Botânico da Universidade do Porto através de atividades relacionadas com a temática da Páscoa, descobrindo mais acerca da fauna e da flora da primavera. O programa Férias com o Museu – edição de Páscoa oferece atividades divertidas e estimulantes, que incluem, entre outras, a observação de insetos que vivem debaixo de troncos, a realização de ilustrações baseada em princípios científicos e até mesmo uma caça aos ovos. Entre visitas à exposição permanente da Galeria da Biodiversidade e pequenas excursões pelo Jardim Botânico, as crianças poderão dar asas à sua imaginação e embarcar numa viagem pela biodiversidade!

SEMANA DA FLORA

Dia 3 de abril (2.ª feira) –  S.O.S. Plantae

“E havia nele uma estufa cheia de avencas onde cresciam plantas extraordinárias que tinham, atada ao pé, uma placa de metal onde o seu nome estava escrito em latim. E havia um grande parque com plátanos altíssimos, lagos, grutas e morangos selvagens. E havia um campo com trigo e papoilas, e um pinhal onde entre mimosas e pinheiros cresciam urzes e fetos.”

Sophia de Mello Breyner Andresen, O Rapaz de Bronze

Porque será que na Páscoa oferecemos flores? Há outras alturas do ano em que também utilizamos flores ou plantas para decorar ou para dar a quem mais gostamos? E será que as plantas têm todas as mesmas caraterísticas e necessidades? Nesta atividade vamos descobrir mais sobre as tradições da Páscoa e sobre o que cada planta precisa para crescer bem e saudável. No final, os participantes poderão levar para casa a sua própria planta e um caderno de instruções para nunca se esquecerem de como cuidar da sua nova planta de estimação!

Dia 4 de abril (3.ª feira) –  Afinal… para que servem as plantas?

“Então tudo no jardim estremece e as grandes tílias e os velhos carvalhos e as flores recém-nascidas e as relvas e as borboletas dizem:

– É Primavera! É Primavera!”

 Sophia de Mello Breyner Andresen, O Rapaz de Bronze

Já repararam na quantidade de plantas que nos rodeiam? Dos parques aos jardins, e até dentro das nossas casas, há uma presença constante de plantas e flores. Mas afinal… Para que é que elas servem? E por que é que é importante preservá-las? Será só por serem bonitas? Nesta atividade vamos descobrir os diferentes motivos para cuidarmos da biodiversidade de plantas que o nosso planeta tem e desenvolver um renovado apreço por cada plantinha que nos passe pelas mãos!

Dia 5 de abril (4.ª feira) –  Caderno de Campo

“E, durante a Primavera, Oriana enfeitou-se com coroas e colares feitos de madressilva, margaridas, narcisos, flor de laranjeira, papoilas. Depois, no Verão, Oriana enfeitou-se com cravos, rosas e lírios. E no Outono enfeitou-se com folhas vermelhas de vinha, com dálias e crisântemos. Mas quando chegou o Inverno só havia violetas.”

Sophia de Mello Breyner Andresen, A Fada Oriana

Sabem qual o nome que damos a uma coleção de plantas ou flores? E se quiséssemos organizar uma coleção destas, como o faríamos? Neste dia vamos descobrir como é que os museus preparam, organizam e preservam as suas coleções, especialmente aquelas que envolvem seres vivos vegetais: as plantas. Vamos descobrir as espécies que existem no Jardim Botânico da Universidade do Porto e fazer uma coleção na forma de um caderno de campo, que nos ajudará a perceber a diversidade de plantas que um só jardim pode conter. Vamos colecionar juntos!

Dia 6 de abril (5.ª feira) –  Anatomia de uma Flor

“O muguet é uma flor escondida. É uma flor pequenina e branca e tem um perfume mais maravilhoso e mais belo do que o perfume dos nardos. Durante o Inverno ele dorme na terra debaixo das folhas secas e desfeitas das árvores. (…) Mas na Primavera as suas longas folhas verdes furam a terra e crescem durante alguns dias até terem um palmo de altura. Então muito devagar as folhas vão-se abrindo e mostram à luz maravilhada as campânulas aéreas, brancas e bailarinas da flor do muguet. E o vento da tarde torna em si o perfume do muguet, Ieva-o consigo, e espalha-o no jardim todo.”

Sophia de Mello Breyner Andresen, O Rapaz de Bronze

Como será que, antes de existirem fotografias, os humanos estudavam o mundo animal e vegetal? Há muitos anos, os naturalistas que estudavam os animais e as plantas começaram a ilustrá-los, para poderem preservar e transmitir a outros o conhecimento acerca de diferentes espécies. Ainda nos dias de hoje, a ilustração científica, e em particular a botânica, é uma ferramenta muito útil para descrever, conservar e disseminar o conhecimento acerca de todas as espécies que nos rodeiam. Neste dia, vamos aprender mais sobre a ilustração botânica e a constituição das flores. Criando ilustrações originais, vamos ser naturalistas-ilustradores e descobrir de que são feitas as flores!

SEMANA DA FAUNA

Dia 10 de abril (2.ª feira) –  Insetolândia

” – Onde é que estão os outros animais?

Foram-se todos embora para os montes. Como a fada Oriana os abandonou e não tinham ninguém para os proteger dos tiros dos caçadores, eles tiveram de fugir para muito longe. Só ficaram os ratos, as víboras, as formigas, os mosquitos e as aranhas.”

Sophia de Mello Breyner Andresen, A Fada Oriana

Os insetos são muitas vezes esquecidos quando falamos nos nossos animais preferidos. Mas são muito importantes para a biodiversidade, quer pelo papel que desempenham na cadeia alimentar, quer pelo contributo para o desenvolvimento e a proliferação de plantas e flores. Mas… O que é um inseto? Será que as abelhas e as borboletas são insetos? E porque é que as centopeias não são? Neste dia vamos aprender a identificar um inseto, quais as partes que o compõem, e que funções têm estes animais na preservação da biodiversidade. Em passeio pelo Jardim Botânico, iremos procurar insetos que possamos recolher e categorizar. No final, vamos ilustrar e legendar um inseto à escolha, que poderemos levar para casa. Vamos procurar insetos!

Dia 11 de abril (3.ª feira) –  Ovos: todos diferentes ou todos iguais?

“Na Primavera trepava às cerejeiras para comer as primeiras cerejas doces, escuras e vermelhas. E também subia às árvores onde todos os anos havia ninhos, ninhos redondos feitos de ervas, folhas secas e penas e que tinham lá dentro quatro ovos verdes sarapintados de castanho.”

Sophia de Mello Breyner Andresen, A Floresta

Os ovos são estruturas muito importantes no reino animal, uma vez que protegem o ser vivo até este estar pronto para enfrentar o mundo cá fora. Mas… Porque será que os ovos são símbolos da Páscoa e da primavera? E que animais põem ovos? Neste dia vamos descobrir tudo sobre os ovos e os animais que deles saem. E depois de já sabermos muita coisa sobre ovos, seremos desafiados a fazer uma coisa que nunca pode faltar nesta altura do ano… Uma caça aos ovos! Vamos descobrir todos os ovos escondidos no nosso Jardim!

Dia 12 de abril (4.ª feira) –  Relatos de um Predador

“Então a treva encheu-se de pequenos pontos brilhantes, avermelhados e vivos. Eram os olhos dos lobos. O Cavaleiro ouvia-os moverem-se em leves passos sobre a neve, sentia a sua respiração ardente e ansiosa, adivinhava o branco cruel dos seus dentes agudos.”

Sophia de Mello Breyner Andresen, O Cavaleiro da Dinamarca 

Auuu! Há lobos à solta no nosso Jardim! As presas fogem para escapar a este predador! Os predadores procuram e perseguem as suas presas ou armam emboscadas para as apanhar. Por sua vez, as presas fogem dos predadores, pregando-lhes partidas para escapar. Mas será que o lobo mau, como o retratam em algumas histórias para crianças ou filmes, existe mesmo? Neste jogo, cada participante será convidado a assumir o papel de presa ou de predador e a compreender que todos os seres vivos têm um papel fundamental a desempenhar na história da vida.

Dia 13 de abril (5.ª feira) –  Um passo na Árvore da Vida

Entrava-se na quinta, pelo lado dos campos, por um portão de ferro que, depois de o passarmos, ao fechar-se batia pesadamente. Em frente, surgia a casa, enorme, desmedida, com altas janelas, largas portas e a ampla escadaria de granito, abrindo em leque.

Sophia de Mello Breyner Andresen, Saga in Histórias da Terra e do Mar 

Quem entra pelo portão principal do Jardim Botânico da Universidade do Porto, dá imediatamente de caras com uma estrutura metálica circular. O que será? Muita gente não consegue identificar logo o que ali está representado, mas a verdade é que é uma Árvore da Vida! A Árvore da Vida tem como objetivo ajudar-nos a entender a evolução das espécies. Neste dia, vamos construir também nós uma árvore da vida que nos permitirá investigar quais as espécies mais próximas do ser humano… E as mais distantes! Vamos explorar o universo dos seres vivos?

Dia 14 de abril (6.ª feira) –  Coletores da Biodiversidade

“Depois a floresta enchia-se de cogumelos e morangos selvagens. Então os pássaros voltavam do Sul, o chão cobria-se de flores e os esquilos saltavam de árvore em árvore. O ar povoava-se de vozes e de abelhas e a brisa sussurrava nas ramagens. Nas manhãs de Verão verdes e doiradas, as crianças saíam muito cedo, com um cesto de vime enfiado no braço esquerdo e iam colher flores, morangos, amoras, cogumelos.”

Sophia de Mello Breyner Andresen, O Cavaleiro da Dinamarca

O ser humano gosta muito de fazer coleções. Mas sabias que também os animais as fazem? Porque será? E que animais são estes, que acumulam sementes, folhas, penas, ou até objetos brilhantes? Neste dia, vamos aprender tudo sobre o comportamento acumulador de vários animais e o que o motiva. Depois de sabermos tudo sobre eles, vamos também nós acumular materiais do Jardim Botânico da Universidade do Porto, que escolheremos cuidadosamente e com os quais construiremos um animal acumulador, que poderemos levar para casa para nos ajudar com as nossas coleções!

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