EXPOSIÇÃO HABITAR – MAIS INFORMAÇÃO

16 de novembro a 30 de dezembro de 2023

Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva

SOBRE O PROCESSO NA ORIGEM DA EXPOSIÇÃO HABITAR E DA PERFORMANCE COABITANTE

O projeto iniciou-se em janeiro de 2023, com a residência artística ILHA HABITAR, cujo objetivo foi criar e testar os protótipos dos dispositivos de produção de imagens a serem utilizados nos laboratórios de fotografia experimental. Durante a residência realizou-se uma masterclass participativa e a FESTA – o momento aberto no qual se apresentou o projeto e se fez a primeira sessão experimental dos dispositivos. Os laboratórios de fotografia experimental – MÁQUINAS DESEJANTES, aconteceram desde fevereiro, em parceria com várias instituições para a mediação de grupos, tendo já participado mais de 250 pessoas, privilegiando-se  a  pluralidade e a heterogeneidade na criação.

As MÁQUINAS DESEJANTES  inspiram-se no conceito de Deleuze e Guattari, e na relação que estabelecem entre a ideia de desejo e de máquina: o mundo é composto por máquinas conectadas entre si num circuito, cada máquina produz cortes e fluxos, gerados pelas conexões maquinais do desejo. O desejo afasta-se aqui do Eros como falta, mas antes é a potência revolucionária que deve exceder as máquinas coercivas. 

Em todo o processo utilizam-se dispositivos de captação, edição e impressão evolutivos, e depois da inauguração, nas sessões de OBRA ABERTA, reforça-se a ideia de movimento ao acrescentar imagens criadas com os espectadores. 

A exposição inaugura e apresenta-se no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo em Évora, e na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

No âmbito do projeto cria-se e apresenta-se uma performance interativa que explora, através da presença do corpo e palavra, situações e relações de coabitação. COABITANTE é o espaço-tempo de intermediação que explora a energia da interação humana e social num diálogo com a exposição.

SOBRE HABITAR POR SOFIA BERBERAN

O imaginário que o ser humano criou na relação da máquina com o futuro expressa uma estética onde os materiais artificiais (vidro, a transparência, o metalizado) substituem os materiais naturais e onde a “virtualidade” dos territórios e das relações interpessoais contraria o imaginário sensorial, baseado numa estética relacional, que este projeto propõe.

O projeto é atravessado pela articulação da ideia de desejo e de futuro, situando-se num território conceptual que nos obriga a pensar a questão do tempo. A ideia de tempo, tão presente na fotografia, como um composto de passado, presente e futuro a diferentes velocidades, é uma invenção humana que se constrói na sua relação com o meio e com os ritos comunitários. 

O percurso da dupla Ana Luena, encenadora, e José Miguel Soares, fotógrafo, marcado pela ideia do cruzamento entre as Artes Performativas e as Artes Visuais permitiu o desenvolvimento crítico e interdisciplinar das MÁQUINAS DESEJANTES, que no âmbito deste projeto são máquinas produtoras de imagens e de imaginários que permitem aceder à imaginação do presente sobre o futuro.

Na génese da MALVADA encontra-se subjacente uma reflexão sobre as diferentes temporalidades na própria prática artística: se por um lado, temos o tempo da performance “em tempo real” e a sua efemeridade enquanto imagem, por outro lado, temos o tempo da fotografia que fixa imagens que são vistas “em diferido”.  

PARTICIPANTES MÁQUINAS DESEJANTES 

(Grupos de participantes da comunidade nos Laboratórios de Fotografia Experimental)

ALUNOS E ESTAGIÁRIOS DO CURSO PROFISSIONAL INTÉRPRETE/ATOR/ATRIZ DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANDRÉ DE GOUVEIA; ALUNOS DO SEGUNDO CICLO DA ESCOLA BÁSICA CONDE VILALVA; ALUNOS DO CURSO PROFISSIONAL DE MULTIMÉDIA E DE AUDIOVISUAL DA ESCOLA PROFISSIONAL DA REGIÃO ALENTEJO (EPRAL); ALUNOS DO SEGUNDO CICLO DA ESCOLA SECUNDÁRIA ANDRÉ DE GOUVEIA (ESAG); ALUNOS DO ENSINO BÁSICO DA ESCOLA BÁSICA DE CANAVIAIS (EBC); CRIANÇAS DO PROJETO COMUNICARTE ESCOLHAS (CRUZ VERMELHA DE ÉVORA); ESTUDANTES DA LICENCIATURA DE ARTES VISUAIS E DESIGN DA UNIVERSIDADE DE ÉVORA (UE);  ESTUDANTES AFRICANOS DA UE; GRUPO DO PROJETO INVISIBILIDADE – INTEGRAÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE SEM ABRIGO (CRUZ VERMELHA PORTUGUESA); IDOSOS DA ASSOCIAÇÃO DE REFORMADOS, PENSIONISTAS, E IDOSOS DE CANAVIAIS (ARPIC); PESSOAS COM DEFICIÊNCIA MENTAL DA ASSOCIAÇÃO DE PARALISIA CEREBRAL DE ÉVORA (APCE), DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PAIS DE AMIGOS DO CIDADÃO DEFICIENTE MENTAL (APPACDM) E DA ASSOCIAÇÃO DE REABILITAÇÃO, APOIO E SOLIDARIEDADE SOCIAL (A.R.A.S.S); SENIORES DA UNIVERSIDADE POPULAR TÚLIO ESPANCA DA UNIVERSIDADE DE ÉVORA; PÚBLICO GERAL Apoio à produção e mediação DAMARIS LIMA, QUÉLIA FRIAS, MATILDE MAGALHÃES, CHISSANGUE AFONSO Mediadores CARLA MALACA, CARLOS ABRANTES, CHEILA TEIXEIRA, DAVID INFANTE, DAVID PRAZERES, FRANCISCA BAPTISTA, INÊS AUGUSTO, ISABEL REBORDÃO, JOSÉ VARGE, MARGARIDA ABRANTES, MARIA SAPATEIRO, ROSA MOREIRA, SANDRA ALFAIATE, VANESSA CHINELO, GIME DJALO Parceiros de mediação ASSOCIAÇÃO DE PARALISIA CEREBRAL DE ÉVORA (APCE); ASSOCIAÇÃO DE REABILITAÇÃO, APOIO E SOLIDARIEDADE SOCIAL (ARASS); ASSOCIAÇÃO DE REFORMADOS, PENSIONISTAS E IDOSOS DE CANAVIAIS (ARPIC); ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PAIS DE AMIGOS DO CIDADÃO DEFICIENTE MENTAL (APPACDM-ÉVORA); CRUZ VERMELHA DE ÉVORA, ESCOLA PROFISSIONAL DA REGIÃO ALENTEJO (EPRAL); ESCOLA DE ARTES DA UNIVERSIDADE DE ÉVORA  LIGA DE ESTUDANTES AFRICANOS DA UE; UNIÃO DE FREGUESIA DO BACELO E SENHORA DA SAÚDE, UNIVERSIDADE POPULAR TÚLIO ESPANCA 

MALVADA ASSOCIAÇÃO ARTÍSTICA

Fundada em 2018 por Ana Luena e José Miguel Soares, a dupla responsável pelas criações artísticas e direção deste projeto sediado em Évora, a Malvada aposta num território periférico como centro de criação e reflexão artística contemporânea. 

A Malvada tem como fim a realização de projetos de criação que abrangem diferentes áreas artísticas e do conhecimento, frequentemente cruzando disciplinas como a fotografia, o vídeo, a literatura, a música, o teatro e a performance. Promove atividades de criação e fruição artística que envolvem a comunidade através da participação ativa em ações de mediação, serviço educativo, acessibilidade e inclusão social, potenciando uma relação de proximidade entre públicos diversificados e a obra artística.

JOSÉ MIGUEL SOARES (Ponta Delgada, 1977) Fotógrafo e Psicólogo. Desenvolve projetos artísticos de fotografia de autor e de cruzamento disciplinar. Estudou Fotografia no Istituto Europeo di Design em Roma, Psicologia na Universidade de Lisboa, Psicologia Social na Università degli studi di Padova. Residiu em Lisboa e em Roma onde trabalhou em imagem e comunicação durante mais de uma década. Atualmente reside em Évora. Tem as suas fotografias publicadas em dezenas de revistas, desde publicações de grandes grupos editoriais a projetos editoriais independentes, em diversas áreas que vão da fotografia de celebridades à arquitetura, das produções de moda à fotorreportagem, da fotografia de cena a projetos de autor. Realiza fotografia e vídeo para agências e marcas nacionais e internacionais. Premiado e nomeado em concursos como Jovens Criadores, Prémio Autores SPA, Society for News Design. Em 2018 funda a Malvada Associação Artística, onde assume a direção artística e a criação com Ana Luena, de todos os projetos. No âmbito da Malvada é autor de várias exposições. 

ANA LUENA (Luanda, 1974) Dramaturga, encenadora, cenógrafa e figurinista. É doutoranda na Faculdade de Letras do Porto, em Estudos Literários, Culturais e Interartísticos. É Mestre de Teatro – especialização em Encenação, da Escola Superior de Teatro e Cinema do IPP Lisboa. Frequentou o Curso de Encenação de Ópera da Fundação Calouste Gulbenkian e foi colaboradora da Casa da Música. Terminou o curso profissional de cenografia e figurinos da ACE, no Porto (1995). Fundou o Teatro Bruto em 1995 e foi diretora artística e encenadora durante 20 anos. Encenou entre outros: ‘Lady & Macbeth’ concerto encenado; ‘É impossível viver’, a partir de Franz Kafka; ‘Objetos partidos’, a partir de Afonso Cruz; ‘O filho de mil homens’ de Valter Hugo Mãe; ‘Estocolmo’, de Daniel Jonas; ‘O sonho’, de August Strindberg; ‘A Tragédia de Romeu e Julieta’, de William Shakespeare. Apresentou espetáculos no Festival Rota das Letras – Macau, Guimarães 2012 CEC, TNSJ, Rivoli, São Luiz, etc. Já lecionou na Universidade Évora, na ESMAE, ACE e BalleTeatro. Escreveu em edições da revista literária Flanzine. Trabalhou com Ao Cabo Teatro, como assistente de encenação de Nuno Cardoso. Em 2016 muda-se para Évora. É fundadora da Malvada Associação Artística, onde assume a direção artística e a criação com José Miguel Soares, de todos os projetos. No âmbito da Malvada escreve e encena vários espetáculos.

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