VIA RÁPIDA PARA A EXTINÇÃO: ESPÉCIES INVASORAS EM SISTEMAS DE ÁGUA DOCE

2 de junho de 2022, 21h30 – 23h00 | Online

Os lagos, reservatórios de água e rios constituem apenas 2,3% da superfície terrestre e, no entanto, são absolutamente fundamentais para a vida na Terra. Considerando apenas os animais, uma em cada dez espécies depende diretamente destes habitats e existem quase tantos peixes nos sistemas de água doce como em todos os oceanos. Com uma desproporcional riqueza de espécies e fruto de múltiplas e crescentes pressões de origem humana, estes sistemas são pontos-quentes de ameaça e extinção, apresentando declínios nas suas populações mais acentuados do que os registados nos sistemas terrestes e marinhos. Uma das ameaças mais preocupantes é a introdução de espécies invasoras, que, para além de particularmente danosa para os sistemas aquáticos, é muitas vezes invisível. Nesta conversa vamos olhar o problema de vários pontos de vista, discutir as soluções de mitigação e tentar perceber por onde passa o futuro destes escassos, mas preciosos, ecossistemas. 

Investigadores convidados

Filipe Ribeiro (MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)

Filipe Ribeiro trabalha em conservação de peixes de água doce e espécies invasora desde 1998 e atualmente lidera um grupo de investigação sobre invasões biológicas (Fish Invasions Lab). É coautor do 1.º Guia de Peixes de Água Doce e Migradores de Portugal, lançado recentemente, e um dos membros fundadores da Associação Biodiversidade para Todos – Ciência Cidadã (2010) – BioDiversity4All. Adicionalmente, é coordenador do projeto MEGAPREDATOR – Um gigante na água: dos efeitos de predação ao controlo populacional do peixe-gato europeu (Silurus glanis) e do projeto LIFE PREDATOR – Prevenir, Detetar e Reduzir a dispersão de Silurus glanis em sistemas aquáticos do sul da Europa para proteger a biodiversidade aquática.

Jael Palhas (Centro de Ecologia Funcional – Instituto Politécnico de Coimbra – Escola Superior de Agronomia de Coimbra | Universidade de Évora)

Jael Palhas cresceu na Figueira da Foz e é, atualmente, Investigador do Centro de Ecologia Funcional e doutorando em Ciências Agrárias e Ambientais na Universidade de Évora. Licenciou-se em Eco-Agroturismo pela ESAC, e é Mestre em Ecologia Aplicada pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Tem-se dedicado ao estudo, conservação e divulgação dos ecossistemas aquáticos. Iniciando-se a estudar anfíbios e os seus pontos de reprodução nas dunas entre Quiaios e Mira, dedicou-se depois à conservação dos cágados nativos e controlo de tartarugas invasoras (Projeto LIFE Trachemys) e à conservação e educação ambiental sobre charcos e anfíbios (Charcos com Vida, Expoanfíbios). Desde 2016 dedica-se à botânica, tendo trabalhado no projeto para o controlo biológico das acácias-de-espigas (Invader IV) e em projetos de conservação de vegetação aquática nativa e controlo de invasoras aquáticas (Charcas de Noé, Flora Reply, LudVISION, FloraControlo).

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