RECUPERAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS: UM NOVO FUTURO PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DA BIODIVERSIDADE
7 de julho de 2022, 21h30 – 23h00 | Online
Em 5 de junho de 2021 a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2021-2030 como a Década das Nações Unidas para a Recuperação dos Ecossistemas. Esta iniciativa pretende contribuir para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda das Nações Unidas para 2030, nomeadamente combater as alterações climáticas e a perda de biodiversidade, aumentar a segurança alimentar e assegurar o abastecimento de água.
Já anteriormente, em 2019, num artigo publicado pela prestigiada revista Science, um grupo internacional de cientistas defendia a renaturalização dos ecossistemas (rewilding em inglês) como uma estratégia preferencial para a conservação.
Nesta conversa vamos tentar perceber quais as estratégias possíveis para cumprir esta missão. O que tem sido e está a ser feito em Portugal para atingir os objetivos propostos. Em que consiste a abordagem rewilding, como se diferencia de outras abordagens de conservação da natureza e de que forma poderá ajudar a alcançar os ODS e a mitigar os desafios ambientais, sociais, económicos que enfrentamos.
Investigadores convidados
Pedro Prata (Rewilding Portugal)
Pedro Prata nasceu em 1982 e cresceu numa quinta de família na Serra da Estrela. É apaixonado pela natureza em toda a sua extensão e amante de desporto ao ar livre. Fez um Mestrado em biologia na Universidade de Lisboa, onde pesquisou principalmente o comportamento das interações entre plantas e fungos. Começou a sua carreira internacional em 2005, ao fazer um Mestrado em ecologia e evolução na Universiteit van Amesterdam, onde conduziu investigações sobre a recuperação de recifes de coral após danos provocados por tempestades em Curaçao, no Caribe. Até 2010, viveu e esteve envolvido em diferentes projetos no Brasil e nos Estados Unidos e finalmente voltou para a Europa. Perto de sua cidade natal havia uma organização (ATN) que representava a iniciativa Rewilding com um projeto inovador na Faia Brava. Convencido de que era uma estratégia plausível para lidar com altos níveis de abandono de terras no interior do país, assumiu a responsabilidade de desenvolver este projeto numa área mais ampla, para cobrir toda a bacia do Rio Côa que forma um corredor natural de vida selvagem que deve ser cuidadosamente promovido para permitir que a biodiversidade floresça, usando uma estratégia de rewilding como modelo para alcançar tais objetivos. É, desde 2019, líder da equipa da Rewilding Portugal, responsável pela parceria que implementa esta estratégia no terreno, onde os resultados começam a ser visíveis.
Azucena de la Cruz (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves – SPEA)
Azucena de la Cruz é licenciada em Ciências do Ambiente e trabalha há 15 anos na Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), ONG de ambiente que tem sido responsável, entre outros, pela coordenação de vários projetos LIFE para a conservação do Priolo na ilha de São Miguel. Atualmente, é coordenadora da SPEA-Açores nas áreas de conservação marinha e cidadania, mas já foi coordenadora do Centro Ambiental do Priolo e promoveu a candidatura das Terras do Priolo à Carta Europeia de Turismo Sustentável em Áreas Protegidas. Foi também responsável pela realização de análises dos impactos socioeconômicos dos projetos ligados à conservação do priolo.