A VOZ DOS OBJETOS 2021
Neste verão e outono, “A voz dos objetos” regressa ao Pátio do Museu. Venha conhecer as histórias por trás dos objetos museológicos contadas pelas pessoas que deles cuidam. Na edição de 2021, aos curadores dos MHNC-UP juntam-se ilustres convidados, das Faculdades de Direito e Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Polo Central do MHNC-UP (Edifício Histórico da Reitoria da U.Porto, à Cordoaria) | Julho, agosto e setembro | Entrada livre, limitada à capacidade do espaço e dependente de inscrição prévia através da app EVENTBRITE | A partir dos 12 anos
PROGRAMA 2021 | JULHO _ AGOSTO _ SETEMBRO
JULHO | 2021
Sábado, 3 de julho, 17h15
POLÍGRAFO, com Pedro Almeida, professor da Faculdade de Direito da Universidade do Porto
Este polígrafo de agulhas da marca Lafayette Instrument Company (modelo Mini Graph) pertencente ao Laboratório da Escola de Criminologia da Faculdade de Direito, foi o primeiro instrumento de poligrafia a ser adquirido aquando da criação da Faculdade e inauguração do seu laboratório. A Faculdade de Direito é única a nível europeu a possuir um Laboratório munido com equipamentos de Psicofisiologia. A poligrafia, registo e análise das respostas psicofisiológicas, apesar de mais imediatamente associada à “deteção de mentira”, tem um longo historial no estudo do comportamento criminal e dos fatores de personalidade relacionados com o risco de delinquir. Nesta sessão, vamos dar a conhecer algumas das aplicações das técnicas de medição psicofisiológica usadas no Laboratório da Escola de Criminologia, incluindo o estudo do sentimento de insegurança em espaços urbanos, das repostas emocionais envolvidas na deteção de pistas de atos de cibercrime ou dos traços de frieza emocional em adultos e criança. Vamos também ter a oportunidade de perceber como evoluiu a tecnologia no que diz respeito aos polígrafos utilizados na investigação, que são hoje em dias digitais, mais pequenos e, muitas vezes, portáteis.
Quarta-feira, 7 de julho, 21h00
BÁCULO EM XISTO, com Rita Gaspar, curadora de arqueologia e etnografia do MHNC-UP
O báculo em xisto que vemos na imagem pertence ao conjunto de oferendas votivas colocadas na Anta do Couto de Enchares, no Crato, há mais de 4500 anos. Este tipo de oferendas é específico do megalitismo do sul da Península Ibérica. Qual o seu significado? Nesta sessão daremos a conhecer este extraordinário objeto e as histórias que tem para nos contar.
Quarta-feira, 14 de julho, 21h00
OS COLIBRIS DO MUSEU, com Ricardo Jorge Lopes, curador de aves do MHNC-UP e investigador do CIBIO-InBIO
A coleção de colibris do MHNC-UP integra mais de um milhar e meio de exemplares, todos obtidos no século XIX. Estes exemplares foram cedidos à Universidade do Porto no principio do século XX, provenientes de uma das maiores coleções particulares em Portugal. Nesta sessão, iremos dar a conhecer algumas curiosidades sobre a vida e obra do seu proprietário original, José Braga Júnior, e da casa no Porto onde esta coleção estava exposta. Iremos apreciar o valor estético e histórico daquela que é a mais simbólica das coleções de aves do MHNC-UP, e discutir a relevância dos colibris, com a sua diversidade de bicos, plumagens e formas, para a realização de estudos evolutivos.
Quarta-feira, 21 de julho, 21h00
PACOTES DE HERBÁRIO: Das expedições de campo do séc. XXI aos espécimes de briófitas do MHNC-UP, com Helena Hespanhol, colaboradora do MHNC-UP e investigadora do CIBIO-InBIO
O Herbário do Porto (PO) contém cerca de 22000 espécimes de briófitas (incluindo musgos, hepáticas e antocerotas), colhidos desde 1837 por 61 coletores diferentes, que têm sido ativamente catalogados e informatizados nos últimos anos. Nesta sessão iremos apresentar um conjunto particular de espécimes de briófitas armazenados no Herbário do MHNC-UP, como resultado de várias expedições de campo realizadas em Portugal, em diferentes ecossistemas naturais, entre 2002 e 2015. Aproveitando como ponto de partida estas expedições realizadas no séc. XXI por investigadores portugueses, iremos contar as histórias por detrás dos espécimes, destacar as descobertas científicas mais recentes e divulgar a importância de alguns espécimes para o conhecimento científico, em particular, da briologia portuguesa.
Quarta-feira, 28 de julho, 21h00
UMA RÃ COM MAIS DE 100 ANOS… NOVA PARA A CIÊNCIA!, com Luís Ceríaco, curador-chefe do MHNC-UP
Em 1903, no sudoeste de Angola, o naturalista portuense Francisco Newton coletou um espécime de rã no âmbito de uma expedição promovida pela Academia Politécnica do Porto. A identidade desta rã passou despercebida durante quase 120 anos, vindo a ser descrita como uma espécie nova para a ciência apenas este ano. Nesta sessão, contaremos a história de como investigadores do MHNC-UP e estudantes da Universidade do Porto redescobriram esta espécie, demonstrando como, por vezes, é possível encontrar estes e outros segredos bem guardados nas coleções dos museus.
AGOSTO | 2021
Quarta-feira, 4 de agosto, 21h00
ROCHAS DO ESPAÇO: A COLEÇÃO DE METEORITOS DO MUSEU, com João Muchagata, curador de mineralogia e paleontologia do MHNC-UP
Estrelas cadentes, luzes nos céus, pedras de fogo… O Sistema Solar inspirou, desde sempre, o imaginário humano, seduzindo-nos e incentivando-nos à exploração espacial. Nele, existe uma imensidão de rochas, conhecidas como meteoros, meteoritos, cometas e asteróides. Algumas destas rochas extraterrestres acabam por entrar em rota de colisão com o nosso planeta, atingindo por vezes a sua superfície. Pensa-se que estas poderão ter tido um papel vital na origem da água e da vida na Terra. Mas também se sabe que alguns destes corpos celestes têm a capacidade de causar catástrofes a uma escala global – os eventos de extinção em massa. Nesta sessão, iremos revelar alguns dos segredos dos meteoritos da coleção do MHNC-UP, apresentando as suas diferentes características e origens, e explorando alguns exemplos do folclore e fascínio suscitados por estes corpos celestes.
SETEMBRO | 2021
Quinta-feira, 2 de setembro, 21h00
ESTURJÃO: MEMÓRIA DE UMA ESPÉCIE EXTINTA EM PORTUGAL, com Helena Gonçalves, curadora de peixes do MHNC-UP
Augusto Nobre, no seu livro Fauna Marinha de Portugal, refere que no início do século XX a pesca de esturjão era frequente no Rio Douro, entre Foz Tua e Barca D’Alva. Atualmente, esta espécie encontra-se extinta em Portugal e criticamente ameaçada a nível mundial, tendo sido a construção de barragens uma das principais causas do seu desaparecimento. Nesta sessão, contaremos a história do esturjão e, usando-a como exemplo paradigmático, discutiremos o impacto da ação humana na natureza e na biodiversidade.
Quinta-feira, 9 de setembro, 21h00
AS COLEÇÕES DE NATURALISTAS AMADORES NO MHNC-UP, com José Manuel Grosso-Silva, curador de entomologia do MHNC-UP
Ao longo dos últimos séculos, os naturalistas amadores deram um contributo fundamental para o avanço da zoologia, através dos estudos que realizaram e das coleções que criaram. Os insetos estão entre os grupos que mais atraem a atenção destes naturalistas, constituindo algumas das maiores coleções existentes em museus de história natural. Várias das coleções entomológicas do MHNC-UP resultaram de décadas de dedicação de naturalistas amadores portugueses. Nesta conversa vamos dar a conhecer estes tesouros e as histórias das pessoas que os trouxeram até nós.
Quinta-feira, 16 de setembro, 21h00
CARPOTECA: FRUTOS E SEMENTES DO HERBÁRIO, com Cristiana Vieira, curadora do Herbário do MHNC-UP
As histórias que os objetos de um Herbário têm para contar são inesgotáveis. Nesta sessão, daremos voz à coleção de referência de sementes e frutos (carpoteca) do Herbário do MHNC-UP, que inclui quase um milhar de diferentes tipos de estruturas conservadas desidratadas ou em meio líquido. De formas e tamanhos muito variados, estes frutos e sementes servirão de mote para a exploração sensorial e científica do fantástico mundo de propagação das plantas através dos ventos de cinco continentes e águas de rios e mares do nosso planeta. Nesta sessão, daremos a conhecer estes extraordinários objetos e as histórias que têm para contar.
Quinta-feira, 23 de setembro, 21h00
TAQUISTOSCÓPIO, com Nuno Gaspar, professor da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto
Os taquistoscópios, aparelhos que permitem manipular o tempo de exposição de estímulos visuais, são de grande importância em experiências de percepção, memória e reconhecimento visual. Nesta sessão, iremos conhecer um taquistoscópio do Laboratório de Psicologia Experimental da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. Discutiremos, entre outros, alguns dos aspetos mais relevantes na história da psicologia experimental, bem como os seus objetivos e finalidades.