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24 de Março de 2018 | 18h00
PALESTRA: OS HABITATS DA FLORESTA E A BIODIVERSIDADE NOS GEOSSÍTIOS: OS DESAFIOS DA GESTÃO FLORESTAL NA DEFESA CONTRA OS INCÊNDIOS E NA PROTEÇÃO DAS ESPÉCIES AMEAÇADAS
“Florestas para a biodiversidade numa cultura que desperta para os fogos catastróficos”: Parece que é tempo de limpar matos e matas numa tentativa de enfrentar o fogo estival que arde alto, imparável, inclemente. Gente com máquinas anuncia-se na paisagem; roçam-se arbustos, desterram-se árvores, abrem-se clareiras, discute-se a posse e a propriedade da terra. Esta comoção ruidosa e movimentada modifica os habitats e os nichos ecológicos instalando oportunidades para umas espécies e suprimindo as condições favoráveis para outras. É o eterno pêndulo do funcionamento dos sistemas vivos e dinâmicos, num devir biofísico acelerado pelos humanos que convém reflectir. As formações arbóreas, espaços de conservação e promoção dos mais preciosos recursos naturais vivos, expõe-se assim ao escrutínio e ao debate que hoje e agora vos convidamos a participar. É de biodiversidade, de invasão ou extinção que também vamos falar.
No âmbito desta palestra, venha conhecer o Arouca Geopark.
Assente sobre xisto e granito, o Arouca Geopark oferece paisagens deslumbrantes numa viagem que percorre mais de 500 milhões de anos da História do planeta Terra. Acolhe 41 pontos de interesse geológico – sítios únicos de notável valor científico, educativo e/ou turístico e uma harmoniosa combinação de recursos naturais, culturais e gastronómicos, que fazem do Arouca Geopark um destino único.
Neste verdadeiro museu geológico a céu aberto, deixe-se encantar pela magia das Pedras Parideira (Serra da Freita) e surpreenda-se com o tamanho e os mistérios das Trilobites gigantes de Canelas, bem como das suas pistas gravadas nas rochas desta região. Conheça a Rota dos Geossítios, aventure-se pelos trilhos centenários na rede de percursos pedestres e mergulhe nas águas límpidas do Rio Paiva e nos diversos desportos de aventura. Usufrua de uma natureza quase selvagem calcorreando os Passadiços do Paiva e as Estações da Biodiversidade e de uma gastronomia ímpar no panorama nacional. Serão excelentes formas por excelência de descobrir o Arouca Geopark, um território recheado de valores arqueológicos, ecológicos, histórico e culturais de um território classificado como Geoparque Nacional da UNESCO.
É vocação do Arouca Geopark conservar e divulgar este inestimável património, promovendo um desenvolvimento sustentável do território e das suas riquezas. É com esse intuito que são dinamizados, desde 2008, programas e projetos educativos. A promoção do geoturismo, como forma de desenvolvimento territorial economicamente sustentável, é uma das suas responsabilidades. Uma porta aberta para a História, para a Natureza e para a Cultura. Bem-vindos ao Arouca Geopark!
ORADORES
Gonçalo Brotas, ACHLI – Associação de Conservação do Habitat do Lobo Ibérico
Licenciado em Biologia Aplicada e Mestre em Ciências do Ambiente – Qualidade Ambiental, ambos na Universidade do Minho. Desde 2000 que trabalha na área da ecologia aplicada. Desde 2006 é colaborador da ACHLI – Associação de Conservação do Habitat do Lobo Ibérico, com funções de coordenação técnica e gestão de projetos.
Henrique Pereira dos Santos, Presidente da Montis – Associação de Conservação da Natureza
Trabalhou em áreas protegidas e conservação da natureza mais de trinta anos, incluindo no ordenamento e gestão de áreas protegidas e Rede Natura 200. Tem estudado a evolução da paisagem rural de Portugal continental no século XX e sua relação com a dinâmica da biodiversidade. Publicou os livros “Do tempo e da paisagem”, “O gosto de Sicó” e “Portugal: paisagem rural”.
Luís Braga da Cruz, Presidente da Direcção da FORESTIS – Associação Florestal de Portugal; Presidente do Conselho de Fundadores da Fundação de Serralves; Presidente do Centro Português de Fundações
Engenheiro Civil, pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e Doutorado “Honoris Causa” pela UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. É, atualmente, Presidente da Direção da FORESTIS – Associação Florestal de Portugal, Presidente do Conselho de Fundadores da Fundação de Serralves, Presidente do Centro Português de Fundações. Entre os vários cargos que ocupou, foi Presidente da Comissão de Coordenação da Região do Norte, Ministro da Economia, Presidente do Conselho de Administração da ENERNOVA do Grupo EDP, Presidente da Fundação de Serralves.
Paulo Fernandes, Professor na UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro; Departamento das Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista
É Engenheiro Florestal e Professor Associado do Departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Desde 1992 que desenvolve atividade de investigação sobre o comportamento, ecologia e gestão do fogo. É membro da direção da International Association of Wildland Fire e integrou a Comissão Técnica Independente que analisou os incêndios de 2017.
Pedro Serra Ramos, Presidente da ANEFA – Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente
É licenciado em Engenharia Silvícola pelo Instituto Superior de Agronomia de Lisboa e Pós-Graduado em Gestão e Avaliação de Projectos para Executivos pela Universidade Católica Portuguesa. É empresário no sector florestal, agrícola e do ambiente desde 1992. Foi membro do Conselho Directivo Regional da Ordem dos Engenheiros. Leccionou na Escola Superior Agrária de Coimbra. Foi membro do Conselho de Administração da CEETTAR (Confederação Europeia de Empresas Técnicas e de Trabalhos Agrícolas e Rurais) e membro da Direcção da ENFE – European Network of Forest Entrepeneurs. Fez parte dos Orgãos Sociais da CIP. É Presidente da Direção da ANEFA desde 2001, Director da Revista ANEFA e Administrador do Consórcio que organiza a Expoflorestal. Representa a ANEFA no Conselho Florestal Nacional e na PARF – Plataforma de Acompanhamento das Relações nas Fileiras Florestais, bem como em outras Comissões onde a Associação participa. Desde 2014 assumiu as funções de Presidente do Conselho Fiscal do FSC Portugal.
Susana Bastos, Associação Geoparque de Arouca (AGA)
É licenciada em Biologia e Geologia pela Universidade de Aveiro. Desde 2013 desenvolve funções de técnica de Biologia na AGA (Associação Geoparque Arouca), onde é responsável pela implementação de ações de formação e sensibilização de cariz ambiental, bem como pela apresentação e dinamização de projetos ligados à conservação da natureza.
MODERADOR
Paulo Farinha Marques, Director do Jardim Botânico do Porto; Professor Associado da Arquitectura Paisagista na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
É professor associado de Arquitetura Paisagista na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Portugal (pfmarque@fc.up.pt). Formou-se em Arquitetura Paisagista no Instituto Superior de Agronomia – Universidade Técnica de Lisboa (1988) e doutorou-se na Universidade de Sheffield, Faculty of Architectural Studies (UK), também em Arquitetura Paisagista (1999). Desde 1996 tem combinado a docência com a elaboração de projectos de arquitectura paisagista a várias escalas.
As suas áreas principais de interesse são o ordenamento e desenho de estruturas verdes do ponto de vista ecológico, social e estético (jardins, parques e matas de recreio, corredores verdes) o estudo da vegetação na paisagem, o estudo da biodiversidade urbana e a avaliação do carácter da paisagem. Tem publicado sobre estrutura verde, biodiversidade e paisagem, bem como tem desenvolvido projectos de planeamento, desenho e gestão da paisagem, os quais têm sido maioritariamente implementados. Actualmente participa na gestão de uma paisagem intrincada, diversa e bela: o Jardim Botânico da Universidade do Porto.