A NATUREZA É O MELHOR REMÉDIO: COMO A MAIORIA DOS NOSSOS MEDICAMENTOS TEM ORIGEM NA NATUREZA

5 de agosto de 2021, 21h30 – 23h00 | Online

Enquanto caçadores-recoletores, os primeiros humanos estariam constantemente à procura de novos recursos alimentares, experimentando cautelosamente novas plantas. Do acumular destas experiências ao longo dos tempos, com muita tentativa-erro, e com a capacidade crescente de transmissão de conhecimentos entre gerações, foi-se registando uma longa lista de espécies medicinais – seres vivos, principalmente plantas – , capazes de produzir substâncias com algum efeito terapêutico. Até meados do séc. XIX, as respostas possíveis para todas as maleitas humanas provinham diretamente da natureza sob a forma de chás, unguentos, pós, elixires, tónicos e afins. Depois, como consequência do desenvolvimento científico na área da química, começaram a desenvolver-se as primeiras drogas completamente sintéticas. No entanto, e apesar dos espetaculares avanços a nível científico e tecnológico, a natureza ainda é (e será) a nossa maior fonte de recursos, já para não falar de inspiração. A pressão que a evolução exerce sobre todas as formas de vida na Terra, uma luta química incessante entre predadores e presas, plantas e herbívoros, hóspede e hospedeiro é a mais imaginativa e abrangente busca por substâncias inovadoras. E são estas as que permitem avanços surpreendentes. Nesta sessão, vamos falar de como se descobrem novos medicamentos, de como a busca por novas substâncias teve influência no curso da nossa história, e da perceção atual dos consumidores em relação à origem dos fármacos.

Investigadores convidados

Paula Branquinho (FFUP – Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e LAQV REQUIMTE – Laboratório Associado para a Química Verde)

Paula Branquinho de Andrade é professora catedrática na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, responsável do Laboratório de Farmacognosia e coordenadora do Grupo Natural Products- Chemistry and Bioactivity do Laboratório Associado LAQV-REQUIMTE.

Tem realizado investigação no âmbito de atividades de bioprospecção da natureza, com ênfase em plantas e organismos marinhos. A pesquisa atual está focada na triagem de extratos ou compostos isolados em procedimentos de plataforma que aumentam a complexidade biológica, desde ensaios enzimáticos a celulares e animais, de forma a resolver o desafio da diabetes, doenças inflamatórias e neurodegenerativas.

Fabiano Bracht (FLUP – Faculdade de Letras da Universidade do Porto, CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar “Cultura, Espaço e Memória” e REMA – Research Management & Science Communication Hub)

Fabiano Bracht é Investigador FCT (CEEC Institucional – 2018), gestor de comunicação de ciência do REMA e membro integrado do CITCEM, ambos na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP).

Doutorado em História pela FLUP, em suas investigações têm abordado os processos históricos de circulação e construção do conhecimento científico, principalmente nos campos da Medicina, Farmácia e das Ciências Naturais.

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