FLORESTA, FOGO, ANIMAIS E PESSOAS: A COMPLEXA EQUAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE NOS TERRITÓRIOS DE MONTANHA

5 de maio de 2022, 21h30 – 23h00 | Online

Os territórios de montanha do sul da Europa conheceram profundas mudanças demográficas e socioeconómicas – e, consequentemente, ecológicas – durante a segunda metade do século XX. Os sistemas agro-silvo-pastoris ancestrais colapsaram, dando lugar a fenómenos de abandono e renaturalização, com expansão da floresta nativa, ou a iniciativas de arborização, com consequências diversas para a biodiversidade e para os serviços dos ecossistemas. Estes espaços enfrentam ainda novos desafios, como as alterações climáticas e do regime de fogo ou a expansão de espécies invasoras. Em paralelo, muitos destes territórios de montanha foram sendo incluídos em redes nacionais e internacionais de proteção do património natural e cultural. Novos instrumentos de política e iniciativas locais de valorização dos recursos naturais sugerem novos paradigmas e oportunidades de desenvolvimento sustentável. Esta conversa propõe uma reflexão sobre a sustentabilidade dos territórios de montanha, procurando conciliar desenvolvimento social e económico, conservação dos valores naturais e culturais, e adaptação às rápidas mudanças globais.

Investigadores convidados

Adrián Regos (CTFC-Centre Tecnològic i Forestal de Catalunya & BIOPOLIS/CIBIO-InBIO Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, Universidade do Porto)

Biólogo, investigador posdoutoral ‘Juan de la Cierva’ no Centro Tecnológico e Florestal de Catalunha. Coordenador do projeto ‘FirESmart – Soluções baseadas na natureza para a gestão preventiva do risco de incêndios e fornecimento sustentado de serviços dos ecossistemas, no BIOPOLIS/CIBIO-InBIO da Universidade do Porto. Doutorado em ecologia terrestre, a sua atividade de investigação visa contribuir para a tomada de decisão em conservação da biodiversidade e gestão sustentável dos recursos naturais. Os seus trabalhos mais recentes estão focados na identificação de soluções ambientalmente sustentáveis face ao crescente impacto dos incêndios rurais, que promovam territórios mais resilientes ao fogo assim como a outras perturbações associadas às mudanças globais.

Carlos Aguiar (CIMO-Centro de Investigação de Montanha, Instituto Politécnico de Bragança)

Engenheiro agrónomo, Professor Coordenador na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança. Os seus interesses de investigação dispersam-se pela história da agronomia, ecologia de pastagens e do pastoreio, e vegetação de Portugal continental e insular. Atualmente é o coordenador científico do LIFE-Maronesa, um projeto de mitigação climática que concilia o pastoreio extensivo de bovinos com a sequestração de carbono no solo. 

Domingos Lopes (CITAB-Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro)

Engenheiro Florestal e Arquiteto Paisagista, Professor Auxiliar com Agregação do Departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, codiretor do curso de licenciatura em Engenharia e Biotecnologia Florestal (UTAD/FCUP), e atualmente Vice-Presidente da Fundação Côa Parque. Tem dedicado a sua atividade de investigação às dinâmicas de fixação de carbono dos ecossistemas florestais, em particular em contextos de alterações climáticas, bem como às mudanças e transformações de paisagens naturais e rurais, incluindo a elaboração de Planos de Paisagem.

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