INVASÃO SILENCIOSA: A PROBLEMÁTICA DAS PLANTAS INVASORAS
4 de maio de 2023, 21h00 – 23h00 | Online
Nas últimas décadas o número de plantas exóticas em Portugal continental tem aumentado, ultrapassando as 670 espécies (sem contabilizar as espécies cultivadas em jardins e terrenos agrícolas) e correspondendo já a cerca de 18% da flora autóctone. Estes valores são ainda mais preocupantes nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, onde atingem cerca de 43% a 60%, respetivamente. Entre as plantas exóticas, algumas propagam-se e crescem muito rapidamente escapando ao controlo humano: são as consideradas plantas invasoras. Estas plantas constituem verdadeiras pragas e são uma forte ameaça ao equilíbrio dos ecossistemas com um impacto ambiental e económico muito negativo. O controlo e erradicação das plantas invasoras é um problema de difícil resolução, sendo extremamente complicado recuperar os ecossistemas invadidos por estas espécies. No entanto, nos últimos anos têm surgido vários projetos por todo o país que tentam combater o número crescente de plantas invasoras. Nesta conversa, vamos debater as principais dificuldades que este número cada vez mais elevado de plantas invasoras apresenta para os ecossistemas portugueses e as soluções existentes para as mitigar.
Investigadoras convidadas
Joana Vicente (BIOPOLIS/CIBIO-InBIO, Universidade do Porto)
Joana Vicente é investigadora no CIBIO-InBIO e desenvolve investigação fundamental e aplicada sobre ciência da invasão, modelação ecológica de padrões geográficos de espécies exóticas invasoras, ecologia da paisagem, contribuição da natureza para as pessoas, e mudanças ambientais. Mais especificamente, prevendo os impactos isolados e sinérgicos de alterações ambientais a múltiplas escalas na propagação de invasões biológicas em paisagens heterogéneas, ecossistemas e funcionamento da paisagem, utilizando tanto modelação estática como dinâmica. Em 2021 criou o grupo de investigação InvasionS – Invasion Science, que lidera.
Elizabete Marchante (DCV-UC – Centro de Ecologia Funcional, Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra)
Elizabete Marchante é atualmente investigadora no Centro de Ecologia Funcional, Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra (DCV-UC), onde desenvolve investigação com plantas invasoras, em especial em ecologia e controlo biológico. Adicionalmente, dedica-se à sensibilização ambiental e comunicação de ciência sobre o tema, colabora em projetos de gestão de plantas invasoras com autarquias, entidades de conservação, empresas públicas e privadas, etc., e presta apoio à comunidade em temas relacionados com identificação e controlo de plantas invasoras. É uma das responsáveis pela iniciativa INVASORAS.PT, que inclui uma plataforma de ciência-cidadã para mapeamento de plantas invasoras em Portugal e vários outros desafios neste âmbito.