LAR, DOCE LAR: PODE O ABRIGO TER ALGUM AMARGO DE BOCA?

2 de dezembro de 2021, 21h30 – 23h00 | Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva & Online

A nossa casa é, ou devia ser, o nosso porto de abrigo, o nosso refúgio, o nosso ninho. É algo transversal a todas as culturas e a nossa capacidade para a sua construção, num crescente de arte, engenho e tecnologia, marcou a nossa expansão por todo o globo. Entendemo-la hoje como um direito fundamental, uma necessidade básica e uma extensão do nosso eu. Na transição de nómadas para sedentários, a casa contribuiu para que a nossa perceção do ambiente como um continuum ao qual pertencemos, reagindo a oportunidades e infortúnios, se transformasse numa visão deste como sendo algo externo, separado, que observamos e sobre o qual agimos a partir do pedestal que esta casa proporciona. Assumindo-se como oposição ao entorno, como condicionam as nossas casas a nossa relação com o “lá fora”, com o mundo natural? Como nos podem valer a arquitetura e o planeamento urbano, numa altura que, cada vez mais, se destaca por um alarmante défice de natureza?

Investigadores convidados

Filipa de Castro Guerreiro (FAUP – Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto)

Arquiteta pela FAUP em 2000, estudou no Istituto Universitario di Architettura di Venezia em 1998/1999 e estagiou com Álvaro Siza entre 1999 e 2000. É professora auxiliar da FAUP e investigadora do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU-FAUP). Docente de ‘Projecto I’ do Mestrado Integrado e da opcional ‘Afinidades entre Investigação e Projeto. Representação como matéria, processo e comunicação’ no Programa de Doutoramento em Arquitectura. Doutorou-se em 2016 com a tese ‘Colónias Agrícolas Portuguesas Construídas pela Junta de Colonização Interna entre 1936 e 1960. A Casa, o Assentamento e o Território’. Integrou o Projeto ‘Habitação: 100 anos de Políticas Públicas em Portugal, 1918 | 2018’ IHRU. É coordenadora, em Portugal, do projeto ‘Cidades Emergentes’, integra a organização dos projetos ‘NEB goes South’ e ‘Cidade participada: arquitectura e democracia. Operações SAAL’. Membro do Conselho executivo da FAUP, integrou o Conselho Diretivo da OASRN entre 2005 e 2010. Criou em 2008 o Atelier da Bouça com Tiago Correia, com quem trabalha desde 1998. Das suas obras, a maioria resultado de concursos públicos, destacam-se a Escola Profissional EPRAMI (Prémio Jovem Arquiteto, CVG 04/05) e EBI 1º Ciclo (seleção Habitar Portugal 2003-2005) em Paredes de Coura, os Centros Ambientais de Matosinhos (seleção Habitar Portugal 2000-2002) e Paisagem Protegida do Corno de Bico (seleção Habitar Portugal 2006-2008, finalista FAD 2008 e nomeada Mies van der Rohe Award 2009), 2 Casas na Bouça das Cardosas (selecção Habitar Portugal 2012-2014  e nomeada Mies van der Rohe Award 2015) e o projeto não construído para o Edifício Central de Serviços da Interminho.

Paulo Farinha Marques (Jardim Botânico da Universidade do Porto | BIOPOLIS/CIBIO-InBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos | FCUP – Faculdade de Ciências da Universidade do Porto)

Licenciado em arquitetura paisagista no Instituto Superior de Agronomia – Universidade Técnica de Lisboa e com um doutoramento pela Faculty of Architectural Studies da Universidade de Sheffield, Reino Unido. Entre 1996 e 2003 exerceu e lecionou nas Universidades de Aveiro e de Trás-os-Montes e Alto Douro, tendo, nesta última, estado envolvido no lançamento do novo curso de Arquitetura Paisagista. Professor associado na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde leciona e desenvolve investigação em áreas que vão desde o planeamento e desenho de parques e jardins até à requalificação de espaços verdes urbanos e promoção da biodiversidade em paisagens históricas, é atualmente diretor do Jardim Botânico da Universidade do Porto e investigador do BIOPOLIS/CIBIO-InBIO.

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