NÃO SÃO ELES, SOMOS NÓS! MORCEGOS E O ADVENTO DE FUTURAS PANDEMIAS

1 de setembro de 2022, 21h30 – 23h00 | Auditório do Centro Ciência Viva de Vila do Conde e on-line via Zoom

Quando em março de 2020 a COVID-19 foi declarada pandemia, o mundo entrou em choque e a todos nos pareceu que o chão nos faltava debaixo dos pés. Bom, a todos não. Na verdade, vários grupos de investigadores andavam há anos a alertar para a problemática das doenças emergentes e potenciais novas pandemias, estando já identificadas regiões mais prováveis (América Central, África e Sudoeste Asiático) e, como a maioria das doenças infeciosas são zoonoses – doenças que têm origem em animais -, hospedeiros mais problemáticos: aves e mamíferos. Dentro dos mamíferos destacam-se os morcegos. Estes estão a ser crescentemente reconhecidos como reservatórios de diferentes famílias de vírus com grande impacto na saúde pública, como SARS coronavírus, vírus Nipah, vírus Hendra e vírus Ebola. Vamos perceber porque são especiais os morcegos, qual o seu papel no aparecimento de novas doenças e o que podemos fazer para o evitar ou, na sua iminência, para mitigar as consequências.

Investigadores convidados

Vanessa Mata (BIOPOLIS/CIBIO-InBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto)

Vanessa Mata é Investigadora Júnior nos Grupos de Investigação Ecologia dos Morcegos e Ecologia Aplicada do BIOPOLIS/CIBIO-InBIO. Focou a sua tese de doutoramento no desenvolvimento técnico de ferramentas de genómica (metabarcoding) para o estudo das interações tróficas, tendo demonstrado quão proveitosas são no estudo da variação da dieta de morcegos e aves, tanto dentro duma espécie como entre espécies distintas. Atualmente, trabalha em projetos em várias localizações do mundo, usando as ferramentas desenvolvidas para estudar interações tróficas em mamíferos, aves, peixes e insetos. O seu principal foco de interesse é como se estruturam as comunidades de espécies, como são partilhados os recursos entre as espécies e como as paisagens com alterações antrópicas afetam estes equilíbrios.

João Mesquita (ISPUP – Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto)

João Mesquita é licenciado em Medicina Veterinária, tendo realizado mestrado e doutoramento em Virologia (2012). É Diplomado pelo European College of Veterinary Microbiology desde 2019. É desde 2006 Professor no Ensino Superior, atualmente afiliado ao ICBAS – U.Porto. Desde 2006 que tem estado envolvido em vários projetos relacionados com a epidemiologia de doenças infeciosas. Os seus interesses de investigação focam-se em particular nas doenças infeciosas animais e humanas, principalmente em agentes zoonóticos, com especial enfoque em ferramentas de vigilância, epidemiologia e controlo da infeção. É autor e coautor de vários artigos científicos e capítulos de livros, sendo também editor de várias revistas científicas.

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