O SÍTIO DAS COISAS SELVAGENS: O REGRESSO DOS GRANDES CARNÍVOROS

7 de abril de 2022, 21h30 – 23h00 | Online

Lobos, linces e até ursos já foram presença contínua nas paisagens da Europa, mas a crescente destruição de habitats e a incessante perseguição culminou, em meados do século passado, numa exterminação generalizada destas espécies – com a exceção de pequenas e debilitadas populações nos recantos mais selvagens do velho continente. Esta situação de pré-extinção foi coincidente com uma mudança do estilo de vida, progressivamente menos rural, e de atitudes, crescentemente mais conscientes das problemáticas ambientais. Deste modo, o abandono rural, conjugado com os esforços conservacionistas para a recuperação das exíguas populações remanescentes, estabeleceu o cenário para uma (quase) inacreditável expansão um pouco por toda a Europa. E Portugal não foi exceção. Nesta conversa vamos falar deste extraordinário sucesso de conservação da natureza, fazer um ponto da situação atual e também perceber que “fantasmas” se reerguem com o retorno destes animais, refletindo sobre a forma como a convivência com as pessoas se pode harmonizar.

Investigadores convidados

Francisco Álvares (BIOPOLIS/CIBIO-InBIO Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto)

Licenciada e doutorada em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, onde é Professora Auxiliar. Os seus interesses de investigação prendem-se com a relação entre economia, ambiente e energia com particular destaque para a sustentabilidade no sector energético.

Paulo Célio Alves (BIOPOLIS, CIBIO-InBIO Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto)

Biólogo, Professor Associado com Agregação do Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, vice-coordenador científico do BIOPOLIS/CIBIO-InBIO, onde é investigador responsável do grupo CONGEN – Genética da Conservação e Gestão de Fauna Selvagem. Professor Afiliado na Universidade de Montana e Curador Afiliado do Museu de Vertebrados da Universidade de Cornell. Tem dedicado a sua atividade de investigação à biologia da conservação e gestão de populações selvagens, integrando a genética, ecologia, demografia, sanidade, e taxonomia. Autor de várias publicações, incluindo artigos científicos, livros, capítulos de livros e artigos pedagógicos. Fundador e atual presidente da Sociedade Mundial dos Lagomorfos.

João Carvalho (Associação Nacional de Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade)

Engenheiro florestal, ramo de gestão dos recursos naturais, pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA) e Mestre em Gestão de Recursos Naturais, pela Universidade de Edimburgo, trabalhou em diversos projetos de investigação em ecologia e em socio-economia da caça, dos quais resultaram diversas publicações científicas. Deu aulas de cinegética, dinâmica das populações e gestão dos recursos naturais no ISA, na Escola Superior Agrária de Beja, Escola Superior Agrária de Coimbra e no Mestrado em Turismo de Natureza e Gestão Cinegética, da Universidade Moderna. Desenvolve a sua atividade principal na ANPC – Associação Nacional de Proprietários e Produtores de Caça, onde tem o cargo de Secretário-Geral representando os interesses dos seus associados a nível institucional e em fóruns diversos, sendo ainda responsável pela coordenação da participação da ANPC em projetos de recuperação de espécies emblemáticas como o lince-ibérico, abutre-preto e águia-imperial.

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