VAGAS DE ÚLTIMA HORA PARA A ARCA DE NOÉ? A “DESEXTINÇÃO” AO NOSSO ALCANCE
4 de novembro de 2021, 21h30 – 23h00 | Online
Nos últimos anos, a perspetiva da criação de um organismo que se assemelha a uma espécie extinta – “desextinção” – saltou da ficção científica para a esfera da plausibilidade, graças aos vertiginosos avanços na biologia molecular. Hoje em dia, a discussão passou de “podemos?” para “devemos?”, sendo o processo encarado como uma ferramenta de conservação da natureza que permite restabelecer a biodiversidade e oferecer estabilidade e resiliência aos ecossistemas a que pertenceram as espécies extintas, podendo os efeitos fazer-se sentir à escala global. Não obstante, a discussão do “devemos?” é transdisciplinar, levantando questões em vários domínios da sociedade, da ética à economia, do bem-estar animal à posição do ser humano no planeta. Nesta conversa, vamos falar sobre a eminência desta nova fase da ciência, em que a barreira temporal se esfuma, misturando-se o passado e o presente, em nome de um futuro mais promissor.
Investigadores convidados
Catarina Ginja (BIOPOLIS/CIBIO-InBIO Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos)
Catarina Ginja é a investigadora principal do grupo de investigação em Arqueogenética do BIOPOLIS/CIBIO-InBIO e Colaboradora Convidada da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Licenciada em Engenharia Zootécnica pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em 2000, obteve o grau de Mestre em Ciência Animal pela mesma universidade em 2002. Completou o Doutoramento em Genética e Melhoramento Animal pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa em 2009. Desenvolveu a sua investigação no Laboratório de Genética Veterinária da Universidade da Califórnia, em Davis, entre 2006 e 2010. Regressou, então, a Portugal com um contrato Marie Curie para dar inicio a uma investigação inovadora em Arqueogenética. Catarina Ginja tem uma vasta experiência em Biologia Molecular, Genética de Populações e Conservação de espécies de animais domésticos. Autora de várias publicações científicas, incluindo artigos, livros e capítulos de livros. É colaboradora e líder de projetos de investigação nacionais e internacionais. É coordenadora do Comité para a Diversidade Genética Animal da Organização para a Alimentação e Agricultura e da International Society for Animal Genetics (FAO/ISAG) e colabora com associações de produtores e entidades governamentais na definição de medidas de conservação dos recursos genéticos animais. Tem tido um papel ativo na divulgação científica, nomeadamente no desenvolvimento de ideias que conciliam Arte e Ciência, como sejam a publicação do livro Esses Ossos e as tertúlias que lhe estão associadas.
Rui Nunes (FMUP – Faculdade de Medicina da Universidade do Porto / Associação Portuguesa de Bioética)
Rui Nunes licenciou-se em medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). Em 1996 efetuou o Doutoramento em Medicina na área da Bioética, sendo o primeiro doutorado nesta área em Portugal. Em 2002 obteve o Título de Agregado em Sociologia Médica e em 2009 o Título de Agregado em Bioética nesta faculdade. É Consultor da Carreira Médica Hospitalar desde 1999. É Professor Catedrático de Sociologia Médica e foi Diretor do Departamento de Ciências Sociais e Saúde da FMUP. É Diretor do Programa Doutoral em Bioética (FMUP/CFM), do Programa Doutoral em Cuidados Paliativos, e do Curso de Pós-Graduação em Gestão e Administração Hospitalar. Foi Vice-Presidente do Departamento de Clínica Geral da FMUP entre 2004 e 2005. É membro do Conselho Médico-Legal (Ministério da Justiça), membro da Comissão de Ética do Instituto Nacional de Medicina Legal, do Conselho de Ética dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, da Comissão de Ética do Centro Hospitalar Universitário São João, e foi avaliador do Centro de Estudos Judiciários. É Académico Titular da Academia Nacional de Medicina de Portugal. É Presidente da Comissão de Ética da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. É membro do Conselho Geral do Instituto Politécnico do Porto e é membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. É, desde 2002, presidente da direção da Associação Portuguesa de Bioética.